Cartaz divertido de divulgação
A Companhia Brasileira de Ópera, projeto do maestro John Neschling de criar uma companhia itinerante de ópera, fez sua estreia nesta semana em Belo Horizonte com a ópera O Barbeiro de Sevilha, de Gioacchino Rossini. A principal idéia da Companhia, pelo que pude perceber, é reunir um grupo de cantores e músicos jovens para fazer encenações de óperas em várias cidades brasileiras, tenham elas tradição em ópera, como Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus e São Paulo, ou não, como João Pessoa, Santos e Aracaju.
A maneira que melhor encontraram para tal empreendimento foi de utilizar uma encenação com o menor número possível de elementos de palco – a rigor, há apenas algumas espadas, armas e uma “gaiola” para representar o balcão da casa de Bartolo. Eles conseguiram isso substituindo todos os cenários e elementos de palco por uma animação que serve de cenário e ajuda a contar a história.
Tal atividade não é absolutamente nova, uma vez que recentemente tivemos uma famosa encenação do Anel do Nibelungo em Valencia que utilizava de forma extensiva animações para ajudar a formar o cenário. Escusado dizer, como ficará mais claro mais ao final desta resenha, que as semelhanças em concepção dramática das duas obras são infinitamente diferentes.
Mas primeiro à música.
Música
Neschling e a orquestra talvez tenham sofrido por estarem ainda no começo, os tempos ficaram normalmente no quadrante lento do espectro e notei uma certa insegurança nos metais na abertura. Mas ao longo da ópera eu senti que a orquestra foi melhorando; um destaque especial às madeiras, que soaram lindamente nos diversos solos que Rossini, um famoso amante do clarinete e do oboé, lhes requisitou.
Novamente não sei se é um problema da regência, da acústica do teatro (e eu comentava anteontem com uma amiga sobre os diversos problemas do Grande Teatro) ou dos cantores, mas a orquestra encobriu os solistas em diversos momentos, incluindo no finale do primeiro ato, e isso é algo que eu senti que foi aumentando ao longo da récita – talvez por cansaço dos cantores.
Outro problema da regência, e, no caso, conjugado com a montagem, é que em diversos momentos, em especial nas cenas de grupo, ocorreram pausas de efeito cômico. Essas pausas, apesar de servirem para provocar o riso na platéia acabaram diluindo o efeito musical dos conjuntos, quebrando o efeito cumulativo que têm e mesmo tirando sua coerência musical.
Quanto aos cantores, é preciso dizer que este empreendimento tem o grande mérito de reunir uma série de bons cantores jovens e, apesar de alguns problemas, os quais vou relatar na sequência, achei a qualidade do material vocal muito satisfatória. Na récita em que estive, cantaram Leonardo Neiva como Fígaro, Luciano Botelho como Almaviva, Anna Pennisi como Rosina, Pepes Del Valle como Bartolo e Gianluca Breda como Don Basilio.
Gostei da Rosina de Pennisi, sólida em todos os registros, mas achei as escolhas das variantes cantadas, seja na Una voce poco fa, seja no dueto Dunque io son, muito ruins por deformarem completamente o contorno melódico na repetição. Sua coloratura é um pouco suja, mas ainda assim fez uma apresentação bastante correta.
O Almaviva de Botelho foi o principal destaque da noite, uma coloratura muito clara, e um excelente senso de fraseado, de todos os cantores da noite, certamente é o que tem maior intimidade com o estilo do compositor. Não usou uma variante muito virtuosística da sua ária de entrada (a ária do segundo ato, como é de costume, foi cortada) e evitou a maior parte dos agudos, mas foi no geral uma apresentação muito satisfatória.
O Fígaro de Leonardo Neiva já é mais problemático. Apesar de ter uma grande potência e um timbre bonito no registro médio (de longe o cantor mais potente da récita), ele aparentou ter muita dificuldade nos graves, que soaram quase inaudíveis. Além disso ele pulou algumas frases cadenciais, na famosa ária Largo al factotum e nos duetos com Rosina e Almaviva e demonstrou uma imensa dificuldade com a pronúncia na sua ária. Ao longo da récita senti que ele foi cansando e sendo cada vez mais facilmente encoberto pela orquestra.
Bartolo e Basilio já ficaram devendo mais um pouco. Bartolo cansou no meio da sua ária, o tempo começou a cair e ele começou a fugir da orquestra e a respirar com maior dificuldade. Depois disso ele tentou desesperadamente compensar esses defeitos com o exagero cênico, a ponto de cantar a ária de Cafariello de maneira propositalmente desafinada, o que o público achou engraçado, mas eu achei simplesmente feio. Basilio não conseguiu aparecer na sua única entrada, foi fácil e extensamente encoberto pela orquestra, de onde fica até difícil comentar sua apresentação.
Gostei da Berta de Luisa Kurtz, mas não sei se é pelo amor que tenho à aria di sorbetto da ópera, que aliás não é nada exigente vocalmente, ou por sua qualidade vocal. Ela certamente não destoou da Rosina no finale do primeiro ato, o que acontece tão frequentemente, mas resta saber se isso é um elogio à Berta ou uma crítica à Rosina.
Mas à encenação.
Encenação
A principal idéia foi fazer do Barbeiro de Sevilha um desenho animado do estilo Hannah & Barbera: as semelhanças temáticas mesmo do traço dos desenhos é mais do que inegável. Como concepção temática, isso é algo a ser discutido, será que essa é a melhor maneira de se ler o Barbeiro?
Um amigo meu discordou completamente, dizendo que “o Barbeiro não é uma farsa”. A peça original de Beaumarchais certamente não é, mas eu não posso negar que a música de Rossini se encaixa bem em um esquema farsesco. Não consigo enxergar na música composta para o texto alguma diferenciação profunda entre personagens, aliás, o simples fato de Rossini usar a mesma ária em situações dramáticas completamente diferentes é um argumento a favor disso.
No geral, a montagem seguiu de forma bastante fiel as indicações do libretto. Temos uma cidade em estilo espanhol, a loja do Fígaro, a casa do Bartolo, tudo como de sempre. Mas penso que como visão de conjunto, algumas das escolhas foram bastante confusas para quem não conhecia o texto. Por exemplo, durante o Ecco ridente in cielo e o Se il mio nome saper voi bramate, não há nenhuma indicação clara de essa ária ser uma serenata, o que penso que pode complicar toda a compreensão do primeiro ato, uma vez que a aparição de Rosina acaba parecendo gratuita e sem conexão com a cena anterior.
No segundo ato, entretanto, me pareceu que fluiu melhor dramaticamente, e inclusive achei a utilização do desenho nas cenas conclusivas extremamente feliz para a coerência dramática. Muitas vezes não vemos encenações tão claras assim.
Mas talvez o mais interessante que essa montagem trouxe foi a leitura das árias. Porque o desenho pôde descrever a ária com uma riqueza maior, e acho que ajudou bastante tanto na compreensão da ária como mesmo na graça da cena. La calunnia foi talvez a que melhor foi encenada, mas em A un dottor della mia sorte e Il vecchiotto cerca moglie, tal escolha mostrou-se muito feliz e inteligente. Não gostei, porém, da versão da Una voce poco fa, que além de usar uma referência cultural muito discutível e gratuita acabou mais atrapalhando a seqüência dramática.
Além disso, a sincronização feita entre música e imagem é de uma perfeição que eu nunca vi antes. E isso talvez seja a maior qualidade dessa montagem, conseguiram criar um aparato técnico capaz de sincronizar som e imagem que já produziu frutos muito interessantes (na abertura, na tempestade e na cena da aula de música) e que tem potencial para muito mais. Fiquei verdadeiramente impressionado com a absoluta sincronização – provavelmente há alguma comunicação entre a mesa que coordena isso e o maestro, porque não consigo imaginar outra forma de sincronizar tão perfeita.
Um ponto negativo disso tudo foi a excessiva confiança em usar elementos não musicais e não textuais para dar graça à encenação. Isso faz parte da concepção dessa ópera como um espetáculo de desenho animado, mas penso que o público poderia compreender um uso mais refinado e mais focado na música. Dunque io son em especial foi arrasada pelo toilet humor utilizado ao longo de todo o dueto.
Penso mesmo que tal aparato técnico possa ter uma valia incomensurável tanto para a diversão quanto para a compreensão da música. Imagino que a imagem possa ser capaz de elucidar e clarificar a música e com isso ajudar até ao público compreender e aprender melhor a ouvir música. É uma pena que a direção tenha pulado alguns trechos em que isso seria muito interessante, como na cena em que Basilio chega na casa de Bartolo para a surpresa e dificuldade de muitos, há muitas jogadas musicais ali que foram simplesmente ignoradas.
No geral foi um espetáculo bastante aceitável do ponto de vista musical, com um tipo de encenação que, se não foi perfeito, se mostrou muito promissor e já rendeu bons frutos. Resta saber como vai ser a seqüência. A orquestra em especial acho que pode e deve melhorar muito ao longo do tempo, e vou poder conferir isso em novembro quando a companhia chegar ao Rio de Janeiro. Mas também os cantores, vi comentários da récita anterior do mesmo grupo de solistas que parece que foram bem piores antes. Então ainda há muito a melhorar, mas essa iniciativa é muito promissora.
Resta saber, também, como esse modelo funciona com óperas dramáticas. Imagino que o projeto tenha ambições maiores do que montar apenas óperas buffas, mas ainda não consigo ver como vai funcionar essa tecnologia com uma ópera mais dramática, mais pesada. E isto só o tempo pode resolver.
Post Scriptum:
Para você que não é de Belo Horizonte, recebemos as datas das apresentações vindouras:
Porto Alegre: Teatro do SESI 30 de junho a 4 de julho
Florianópolis: Teatro Pedro Ivo, 15 a 18 de julho
Curitiba: Teatro Positivo, 21 a 25 de julho
Manaus: Teatro Amazonas, 29 de julho a 2 de agosto
Belém: Teatro da Paz, 5 a 9 de agosto
João Pessoa: Theatro Santa Roza, 25 a 29 de agosto
Brasília: Teatro Nacional, 3 a 7 de setembro
Aracaju: Teatro Tobias Barreto, 10 a 13 de setembro
Salvador: Teatro Casto Alves, 15 a 19 de setembro
Recife: Teatro Santa Isabel, 22 a 27 de setembro
Santos: Teatro Coliseu, 20 a 22 de outubro
São Paulo: Teatro Alfa, 25 de outubro a 3 de novembro
Ribeirão Preto: Theatro Pedro II, 20 e 21 de novembro
Rio de Janeiro: Theatro Municipal, 24 a 28 de novembro
Resenha finísisma de quem conhece o Barbeiro muito bem. E eles vão trabalhar bastante, hein? Todo mundo vai poder conferir.
Olá
Interessantes comentários. Foi o primeiro que li, apesar de ter procurado na grande imprensa e tal.
Em seu Blog o Maestro comenta que as apresentações em Belém não ocorrerão- ao menos por ora, por conta de atraso na reforma do Teatro da Paz . Estão tentando repor com récitas em Fortaleza, num novo teatro a ser inaugurado por lá.
OLá – vc afirma-durante o Ecco ridente in cielo e o Se il mio nome saper voi bramate, não há nenhuma indicação clara de essa ária ser uma serenata, o que penso que pode complicar toda a compreensão……
Mas é claro que as duas arias são serenatas- O Conde-disfarçado de estudante reune musicos para cantar sob a janela de Rosina- na Cabaletta- ele afirma estar feliz pois a luz da janela de acendeu- e o Se il mio nome- é uma serenata- sugerida por Figaro.
Olá Walter! Acho que o Bruno estava se referindo à animação que ilustra a apresentação da Cia Brasileira de Ópera, e não ao libretto original da ópera.
Assisti em Floripa, muito lindo, pura cultura envolvendo arte, música e tecnologia. Amei, vale a pena !
É incrível como pessoas que se dizem críticos aparecem para dizer tanta tolice reunida em um só lugar. Vc Sr Buno Gripp deveria se especializar em ópera antes de ser dizer crítico! Comentários como referente a Ecco ridente in cielo e o Se il mio nome saper voi bramate???? E me desculpe, vc deve ser surdo em dizer que eu estava quase inaudível ao público, vc conhece a minha carreira? Vc já viajou o Brasil e o mundo para me ouvir? Acho que não, portanto preste mais atenção quando for criticar alguém e primeiramente tente se aprimorar bastante antes de se dizer crítico e postar comentários em seu infeliz blog.
Comentário mentiroso!!! Me diga quais frases cadenciais que eu pulei? E cuidado, muito cuidado ao dizer qualquer coisa relacionada a parte musical, pois com certeza vc não deve saber disso, mas temos um grande maestro e é dele a direção musical e é ele quem nos diz quais cadências devemos fazer ou não.
Bruno, bem-vindo ao meio musical brasileiro. Socorro.
Leonardo, bem-vindo à internet. Ela representa não só o fim do aplauso de pé, mas também a desmoralização do argumento de autoridade. É um grande alívio. Ficar bravateando a própria carreira (e a do regente!), ao invés de contra-argumentar, só aumenta o vexame. Como o pessoal diz, “se não sabe brincar, não desce pro play”.
Kkkkkkkkkk! Usa um pseudonio para responder Sr Bruno Gripp ou será Sr Ludwig van Winkle ? Enfim, eu e meus colegas cantores líricos continuaremos a levar música de qualidade apreciada e reconhecida pelo público com a perfeita consciência, respeito e profissionalismo buscando sempre o melhor nível de qualidade. Que a Cia Brasileira de Ópera continue com o entusiasmo e força para trazer uma nova perspectiva de mercado de trabalho para a nova geração de cantores, músicos figurinistas etc… que por falta de campo de trabalho acabam indo para o exterior e quem perde com isso somos nós Brasileiros. Estamos fazendo história! A companhia é Brasileira. Divulgue e assista! A Cia de Ópera é de todos!
Parafraseando o colega Pianovski no tópico sobre a Traviata de BH: “Crítica musical se responde no palco, e não no blog do crítico”.
Ludwig van Winkle não é o Bruno, que está viajando. Mesmo assim os comentários do Leonardo Neiva foram publicados, e parece que além de uma atividade crítica mais detida, também existe a necessidade no Brasil de um diálogo mais saudável entre crítica e intérpretes. Um ponto básico é que a discussão permaneça no campo das idéias, sem resvalar para o lado pessoal ou para o argumento de autoridade por conta de discordâncias ou ressentimentos. Ninguém se sente bem com esse tipo de conversa.
Jorge Coli já reclamou de o maestro Neschling encobrir os cantores nas óperas em concerto que eram feitas pela OSESP.
Leonardo:
No Largo al factotum você pulou frases ou eu não te ouvi, não se trata de nenhuma versão diferente – nem é nada de vergonhoso ou demérito, acontece, especialmente numa passagem rápida como aquela. Agora, é verdade que o Neschling usou algumas cadências diferentes, e que são tantas variantes para algumas árias que fica difícil às vezes comentar. Então vai a pergunta, qual edição vocês estão usando da ópera? Não gostei das alterações de tudo que a Rosina cantou.
Assisti e achei lindo!!! Gostaria de conhecer melhor os cantores, todos são maravilhosos, vale muito a pena!
Bruno Gripp, vai lamber a testa!! Aprenda música para depois tentar criticar. Aos solistas, parabéns. Ao “crítico”, meus pêsames.
eu asistir ontem, foi maravilhoso voc~es não tem ideia.
Tem que ser muito analfabeto pra não entender que o texto elogia a produção – ao mesmo tempo em que se interessa em discutir várias das suas escolhas -, e tem que ser muito bonachão pra preferir ler textos empolgadinhos – que apenas catalisam o entusiasmo de quem gostou com elogios vagos e inócuos – ao invés de textos que pensam a montagem e realmente levam a discussão pra algum lugar.
Não sei se vocês já tomaram conhecimento, mas a Companhia Brasileria de Ópera não está cumprindo o contrato para o pagamento dos músicos que fazem parte do coro em cada cidade onde há apresentação da ópera. Além de não ter o nome desses cantores no programa, dando a impressão de ser um coro de São Paulo, o contrato que eles assinam diz que o pagamento do cachê é realizado no segundo dia. Contudo, ainda há coristas que não receberam pagamento algum. Que falta de profissionalismo é este, que quebra contrato, não paga os músicos e ainda ficam fazendo pose de artistas?
O CIA de Ópera fez um trabalho muito interessante sim, porém até hoje não pagaram aos músicos e coristas de Salvador. Nem mesmo uma satisfação. Fazer uma Ópera moderna assim é FÁCIL. Me admira o maestro Neschling esta envolvido nisso e nem se preocupar com esses resultados.
Parece que esse problema do pagamento dos cantores do coro nas cidades está mesmo grave…
Para ampliar conhecimento
De longe a pior montagem que eu já assisti. Horrível do início ao fim. Não recomendaria a ninguém.
Gostaria de saber, se no ano que vem, e a partir de quando, poderá ocorrer, na capital de Sao Paulo, novas apresentações da obra, O Barbeiro de Sevilha, pois ainda, infelizmente, não tive a oportunidade de apreciá-la.
Gratos. Cordiais Saudações.
Olá Roberto! Nós do blog não temos mais informações sobre apresentações em 2011, mas há um email e um telefone de contato na página da companhia, vc poderia entrar em contato com eles para verificar.
http://www.companhiabrasileiradeopera.com.br/
imprensa@ciabrasileiradeopera.com.br
(11) 5531-9338
Também não achei nada prudente você, Leonardo Neiva, responder assim ao Bruno Gripp, com todo o respeito (pois sempre quis poder conversar com um cantor lírico). Não me lembro dele ter dito, por exemplo, que era um crítico. Você obviamente quis dizer que ele se sente crítico. Mas não acho que ele pretendeu isso, também. Tentar se reafirmar usando sua carreira como arma de defesa é sinal de soberba e de ego frágil, em minha opinião.
Gostaria de falar um pouco sobre “Largo al factotum”. É interessante que, aparentemente, a maioria dos barítonos que interpretam Fígaro em “O Barbeiro de Sevilha” realmente não se apresentam carregando um violão (ou banjo, sei lá) como indicado no libreto. O que eu acho ser um erro grave de interpretação é cantar no final da cavatina: “Ah, bravo Figaro! Bravo, bravissimo! (…) Fortunatissimo, fortunatissimo, fortunatissimo per verità(…)” É “A TE FORTUNA, NON MANCHERÀ”, não “FORTUNATISSIMO PER VERITÀ”. Parece que a maioria tem dificuldade nisso…
Como membro aposentado do Côro do Teatro Municipal do Rio de Janeiro, penso que, toda e qualquer iniciativa, no sentido de promover o artista nacional, dentro de condições razoavelmente aceitáveis, é válida. A grande dama MagdalenaTagliaferro, indagada sôbre a crítica, respondeu: “O crítico faz o trabalho dêle e eu, o meu…”