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Les Muses – Clio, Euterpe et Thalia (1652-55), de Eustache Le Sueur (1616-1655)

Euterpe e os espaços da música

Direto do monte Hélicon e do coro de nove musas presididas por Apolo, Euterpe é a musa que toca o aulos (atualizado para a flauta na era moderna), e a quem foi dada a arte da Música por símbolo e por domínio. Há hoje muitos livros e muitos sites que abordam a música: muita informação é levantada, eventos musicais são comentados, artistas são expostos ao interesse aficcionado do público e o próprio valor da arte é discutido em temas como a distribuição de mídia sonora pela indústria fonográfica. E mesmo assim, parece inexplicavelmente raro o espaço que fale de música de uma maneira especial: falando da música em si! Em Euterpe, somos cinco ouvintes de música que, habituados a conversar sobre música entre si e em anos dourados de fóruns de discussão como o extinto Allegro, querem continuar conversando sobre música em um espaço que tenha: 1) maior discussão que a reprodução de convenções feita por enciclopédias e textos informativos; 2) maior diálogo que as análises técnicas escritas apenas para os próprios músicos; 3) e maior interesse pela relevância da própria música, e não apenas do que a cerca! Apesar de parecer um interesse justificado, ele também gera resistências: procurar falar da própria música e se ver falando da linguagem que a compõe é tido como preciosismo e chatice por muita gente. Essa questão também é do nosso interesse, e se “por que falar de música?” é o começo de tudo, podemos começar por aqui.