Carta de Piotr Ilitch Tchaikovsky (1840-1893) a Nadezhda von Meck, sobre a Sinfonia nº 4 em Fá menor Op. 36. Traduzido por Galina von Meck para o inglês – e por mim, do inglês para o português. A versão em inglês está aqui, e se você souber russo, pode ler a carta original aqui. As partituras constavam na carta; já os players (trechos de gravação) e os links para a Wikipedia são uma adição minha.
Florença,
17 de fevereiro / 1º de Março de 1878
Quanta alegria você me proporcionou com sua carta hoje, minha incomparável Nadezhda Filaretovna! Quão imensamente afortunado eu me sinto sabendo que você gostou da sinfonia; que, ouvindo-a, você experimentou as mesmas sensações das quais eu estava cheio quando estava escrevendo-a, e que minha música produziu uma profunda impressão em seu coração.
Você me pergunta se existe um programa definido nesta sinfonia. Geralmente, quando este tipo de questão me é colocado sobre uma de minhas obras sinfônicas, eu respondo: “não, absolutamente nenhum”. E realmente é muito difícil responder a uma questão como essa. Como alguém pode exprimir as sensações indefinidas que experimenta enquanto escreve uma composição instrumental sem um assunto definido? É um processo puramente lírico. É a confissão musical de uma alma em que muitas coisas vêm à tona e que, por sua própria natureza, transborda em forma de sons, da mesma maneira que um poeta lírico diz o que ele tem a dizer em poesia. A diferença é que a música tem recursos incomparavelmente mais poderosos e uma linguagem mais sutil à sua disposição para expressar mil diferentes nuances do sentimento interior.
Em geral a “semente” de uma futura composição aparece de repente e de maneira inesperada. Se o solo é fértil, isto é, se há disposição para o trabalho, essa semente germina com força e rapidez inacreditáveis, brota pelo chão, cria um tronco, depois folhas e galhos e, finalmente, flores. Não há outra maneira que eu possa explicar o processo criador a não ser por esta analogia. A parte mais difícil consiste em certificar-se de que a semente apareça e encontre condições favoráveis; todo o resto acontece por si próprio. Não haveria jeito de eu expressar a você em palavras toda a imensa euforia que me invade quando a ideia principal se manifesta e começa a desabrochar em formas definidas. Tudo é esquecido, você se torna quase louco, tudo dentro de você estremece e pulsa, você mal consegue criar um esboço e já vem uma ideia depois de outra. Algumas vezes durante este processo mágico um choque exterior te despertará deste transe. Alguém toca a campainha, ou algum empregado entra, ou mesmo um relógio bate as horas e te faz lembrar de algum compromisso… Interrupções como esta são difíceis, muito difíceis de suportar. Algumas vezes a inspiração voa para longe por um tempo; você tem de ir e procurar por ela, muitas vezes em vão. Com muita frequência os processos técnicos, racionais e completamente frios têm de ser invocados para prestar sua ajuda. Talvez isto explique por que até nos maiores mestres você encontra momentos onde há uma falta de coesão orgânica, onde uma costura mostra que partes do todo estão coladas artificialmente. Se o estado da alma do artista que é chamado de “inspiração”, o qual eu estou tentando te descrever, continuasse de maneira ininterrupta, seria impossível sobreviver um único dia. As cordas arrebentariam e o instrumento seria quebrado em pedacinhos! Só uma coisa é indispensável: que a ideia principal e o contorno geral de todas as partes separadas venham não por meio de uma “busca” mas por vontade própria, como resultado daquela força sobrenatural, inescrutável e inexplicável que é chamada “inspiração”.
Em “nossa” sinfonia “há” um programa, isto é, é possível explicar em palavras o que ela tenta expressar, e a você, somente a você, eu posso e irei indicar o significado de ambos, a obra inteira e os movimentos em separado. Desnecessário dizer, eu só posso fazer isso em termos gerais.
A introdução é a “semente” de toda a sinfonia, sem dúvida a ideia principal.
Este é o “Destino”, esta é a força fatal que impede o impulso para a felicidade de alcançar seu objetivo, que vigia com zêlo para que o bem estar e a paz nunca sejam completas e sem nuvens, que pende sobre a cabeça como a espada de Dâmocles e de maneira inflexível e constante envenena a alma. Esta força é invencível, e você nunca irá dominá-la. Tudo o que resta é ceder a ela e definhar inutilmente:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-1b.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 1º mov – 1º tema (Mravinsky 1960)]O sentimento de solidão e desespero se torna mais forte e mais corrosivo. Não seria melhor se afastar da realidade e se refugiar em devaneios:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-1c.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 1º mov – 2º tema (Mravinsky 1960)]Oh alegria! Pelo menos um devaneio doce e meigo apareceu. Uma forma humana, graciosa e brilhante, passa esvoaçando e está acenando para algum lugar.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-1d.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 1º mov – desenv. 2º tema (Mravinsky 1960)]Que coisa boa! Como já soa distante o obsessivo primeiro tema do allegro! Pouco a pouco os devaneios envolveram a alma por completo. Tudo o que era sombrio e sem alegria está esquecido. Aqui está ela, aqui está a felicidade! …
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-1e.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 1º mov – 3º tema (Mravinsky 1960)]Não! Eram apenas devaneios, e no meio deles o “Destino” te acorda:
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-1f.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 1º mov – desenvolvimento (Mravinsky 1960)]Assim a vida toda consiste de um ininterrupto revezamento da dura realidade com sonhos fugazes e visões de felicidade… Não há refúgio… Você tem de flutuar neste mar até ele te engolfar e te lançar em suas profundezas. A grosso modo, é esse o programa do primeiro movimento.
O segundo movimento da sinfonia expressa outra fase da depressão. É o sentimento de melancolia que você tem ao final da tarde quando, cansada do trabalho, sentada sozinha, você pegou um livro mas ele escorregou de suas mãos.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-2a.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 2º mov – seção A (Mravinsky 1960)]As memórias surgem abundantes. É triste saber que tantas coisas vieram e se foram, ainda que seja agradável lembrar-se da juventude. Há saudades do passado, mas não há desejo de começar a vida de novo. A vida te cansou. É agradável poder descansar e fazer um balanço. Memórias transbordam. Houve momentos de alegria quando o sangue jovem borbulhava e a vida era cheia de prazeres. Houve momentos difíceis também, de perdas irreparáveis.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-2b.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 2º mov – seção B (Mravinsky 1960)]Agora tudo isto está em algum lugar, distante. É ao mesmo tempo triste ainda que um tanto doce mergulhar-se no passado.
O terceiro movimento não expressa sensações definidas. Ele é feito de arabescos caprichosos, de imagens evanescentes que passam pela sua imaginação quando você acabou de tomar um gole de vinho e está experimentando a primeira fase da embriaguez.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-3a.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 3º mov – seção A (Mravinsky 1960)]Seu estado de espírito não está nem animado nem triste. Você não está pensando em nada; você liberta sua imaginação, e por alguma razão ela começou a pintar estranhas imagens… Entre elas veio à mente um pequeno quadro de camponeses numa farra e uma cantiga de rua… Então, em algum lugar à distância, uma parada militar vai passando.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-3b.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 3º mov – seção B (Mravinsky 1960)]São estas as imagens completamente inconsequentes que correm pela sua cabeça quando você está adormecendo. Elas não têm nada em comum com a realidade: elas são estranhas, selvagens e incoerentes.
O quarto movimento. Se você não pode encontrar razões para alegrar-se consigo mesma, olhe para os outros. Saia com as pessoas comuns. Veja que bons momentos elas têm abandonando-se inteiramente aos sentimentos de alegria. Uma imagem do povo comemorando num festival.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-4a.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 4º mov – tema russo (Mravinsky 1960)]Mal você tratou de esquecer a si mesma e ser arrebatada pelo espetáculo da alegria das outras pessoas quando o implacável “Destino” aparece novamente e te faz lembrar de sua existência.
[audio:http://euterpe.blog.br/wp-content/uploads/2010/11/TchaiOp36-4b.mp3|titles=Tchaikovsky: Sinfonia nº4 – 4º mov – Tema do Destino (Mravinsky 1960)]Mas os outros não reparam em você. Eles nem se viraram ou te olharam de relance, e eles nem repararam que você está só e triste. Oh, que momento amável eles estão tendo! Que sorte eles têm de todas as suas emoções serem diretas e descomplicadas. Censure-se a si mesma e não diga que tudo no mundo é triste. Há prazeres simples mas poderosos. Alegre-se na alegria dos outros. Sim, “é” possível viver.
Isto, então, minha querida amiga, é tudo o que eu posso te contar sobre o sentido da sinfonia. É claro, tudo isto é obscuro e incompleto. Mas é típico da música instrumental desafiar análises detalhadas. “Onde as palavras terminam, a música começa”, como disse Heine.
Está tarde agora. Não gostaria de dizer nada sobre Florença nesta carta, exceto que eu sempre terei memórias muito, muito agradáveis dela. No final da próxima semana, aí pelo dia 24 (no nosso calendário), eu planejo partir para a Suíça, onde eu gostaria de passar todo o mês de março escrevendo pequenas peças em várias formas.
E assim, quando você receber esta carta, meu endereço será novamente: Clarens, Canton de Vaud, Villa Richelieu.
Muito obrigado, minha querida, pela carta de hoje. Ainda não recebi nenhuma palavra dos meus amigos de Moscou. Eu escreverei para você em detalhes sobre a reação deles.
Seu,
P. Tchaikovsky.
PS: Antes de colocar esta carta no envelope, eu a li novamente, e estou horrorizado com a confusão e insuficiência do programa que eu estou te enviando. Pela primeira vez em minha vida eu tentei colocar em palavras e frases meus pensamentos e imagens musicais. Não consegui dizê-los apropriadamente. Eu estava para baixo, abatido no último inverno quando escrevi a sinfonia, e ela é um eco fiel do que eu estava passando naquela época. Mas ela é apenas isto, um “eco”. Como é que isto pode ser traduzido em sequências de palavras definidas e claras? — Não posso, eu não sei como. Há também muitas coisas que eu já esqueci. O que fica são recordações gerais de sentimentos de natureza apaixonada e horripilante que eu experimentei. Eu estou muito, muito ansioso de saber o que meus amigos de Moscou terão a dizer.
Au revoir,
Seu,
P. Tchaikovsky
Para os interessados em ouvir a sinfonia completa, tem no youtube o Daniel Barenboim regendo a Chicago Symphony no Carnegie Hall:
1º mov
http://www.youtube.com/watch?v=S-c1LLZaVCA
http://www.youtube.com/watch?v=O7fbJattv34
2º mov
http://www.youtube.com/watch?v=cN7oFdFqtB4
3º mov
http://www.youtube.com/watch?v=LErQfuDFGuI
4º mov
http://www.youtube.com/watch?v=PLHj-eekdNU
É curioso perceber que, no 1º mov, o destino é apresentado em Fá menor e, à medida que o personagem vai mergulhando em devaneios, a música vai se distanciando do Fá menor até chegar no extremo oposto, Si Maior. É lá que o destino vai surpreendê-lo, em Si menor. O mergulho no reino de sonhos está representado não só na melodia, mas muito mais na harmonia.
Essa carta é uma pérola e estava como que pedindo um post nesses moldes, ilustrado com os exemplos musicais.
Sobre a obra, é impossível deixar de lembrar da 5a. Sinfonia do Beetho e o famoso caminho das trevas pra luz. Mas aqui, reforçado por essa descrição, o retrato parece muito mais individual e psicológico. Sobre a gravação do Mravinsky, o andamento lento é muito bonito, tal, mas o último movimento é de tirar o fôlego! Impressionante.
Valeu, Amancio!
Ótimo post. Tchaikovsky escreve muito bem, é elegante e claro etc.
Fico pensando comigo: hoje ninguém escreve mais cartas, praticamente.
PS.: Lá em cima deveria ser “por Piotr Ilitch Tchaikovsky”. Apresentação e tradução de Amancio Cueto Jr.
rsrsrs :)
A tradutora para o inglês deve ser neta da Nadezhda von Meck, né? :) Alguém pediu a carta no original em russo, o que não é muito fácil de achar, então eis: http://www.tchaikov.ru/1878-101.html.
Uma carta tão bela, brilhante e emotiva como sua própria obra. Parece ser uma personalidade de muita luz, gigante e admirável – e impossível de não ser apaixonável!
Música para se ouvir com ouvidos da alma.
Caro Amancio,
Permito-me cumprimentar-te por mais esta análise profunda e aguda do maior compositor da Rússia Imperial.
Lindas as confidências veladas do nosso heroi à esquisita Nadezhda von Meck, que, mais tarde, protegeria Debussy.
Tchaikovsky é o grande caluniado. Como”ocidentalista”, pelo Grupo dos Cinco,os quais , em plena Petersburgo européia, criavam uma música semi-asiática, como Príncipe Ígor e as óperas de Rimsky.
Como russo autêntico, que ele foi, pois a história e cultura da Rússia são europeias, alguns “ocidentais” lhe torcem o nariz, ou porque preferem Danças Polovetzianas ,ou porque ele foi muito “surrado”, inclusive por Hollywood.
Outros acusam a vulgaridade da 1812, que, afinal , julgo a melhor peça neste estilo belicista-triunfal, a ponto de a Marinha dos EEUU, em plena Guerra Fria, a usar em formaturas. O que dizer da vulgaridade da “Vitória de Wellington” de Beethoven?
Outros condenam as 3 primeiras sinfonias (Stravinsky as admirava) porque seriam fracas. Mas Tchaikovsky é dos poucos que seguiu um progresso simétrico desde a primeira à sexta. E ,mal ou bem , cumpre a “forma-sonata”, numa época em que Liszt fazia a Sinfonia Dante e a Fausto, que de forma-sonata não tem um centímetro.
Tchaikovsky, assim, tinha todo direito de chamar “Sinfonia” ao Manfredo, sua dramática obra em 4 movimentos. No meu entender, poderia ter numerado Manfredo como quarta ou quinta,o que, talvez , lhe daria mais reputação.
A forma sonata estava “sub judice” e já havia muita jurisprudência acerca do termo “sinfonia”.
Nosso ídolo provou habilidades imensas em sua música de cãmara, sempre “sonata forma”. O Trio op 50 é dos melhores trios que existem. Os quartetos, nao exatamente o primeiro, cujo andante “comoveu Tolstoi”, mas o segundo e terceiro mostram movimentos lentos-lúgubres com profundidade rara noutros compositores pos-beethovenianos.
As óperas do Tchai até Carpeaux respeitava. Seu concerto para violino é uma maravilha. Quem nao gosta, mente…
Finalmente, eu diria que a Suíte n 3 é uma peça deliciosa que deveria ser mais explorada pelas nossas orquestras. Há ,ali, forma-sonata-ou variações, para quem gosta, além de encanto melódico e o final valsante.
Gravaram demais os ballets, onde também Tchai foi brilhante no gênero , hoje clichê. Por causa disto , muita gente não conhece o outro Tchaikovsky.
Olá Flávio, obrigado pelos cumprimentos, mas devo avisar que a excelente análise não é minha: é do próprio compositor. Eu só fiz a tradução para o português.
Mas eu concordo com você: Tchaikovsky foi um grande compositor, e realmente merece estar em nosso panteão. Muitos só vêem seu lado sentimental de melodias fáceis, e esquecem (ou ignoram) lances geniais como por exemplo a valsa em ritmo irregular na Sinfonia Patética, e a melodia que soa mas não está escrita, no final da mesma sinfonia. Aqui no blog, sempre que posso, dou um jeito de defendê-lo de críticas injustas.
Olá, Amancio!
Tudo bem?
Parabenizo pelo texto. Estou começando a entrar no universos dos grandes compositores clássicos. Coincidentemente, estou pesquisando sobre O quebra nozes de Tchaikovsky. Peço, por favor, você tem algum material em português sobre a história da composição dessa obra? Ou referências que possa socializar? Desde já, agradeço,
Adélia Alves.
Olá Adélia,
Se me permite confessar um segredo… eu AMO DE PAIXÃO a música do Quebranozes! Às vezes tenho vontade de escrever uma análise detalhada sobre ela, porque em muitos trechos eu vejo nesse balé coisas que não encontro em outras obras escritas para dança (incluindo os outros dois balés do Tchaikovsky). O Quebranozes realmente parece estar em outro patamar!
Porém, quanto às fontes, eu não saberia recomendar outrs sites além dos recomendados pelo Google. O artigo do Wikipedia em português é bem resumido, contém só o enredo do balé, e ainda assim, olha lá… As melhores fontes ainda estão nas referências do Wikipedia em inglês, ou mesmo no artigo escrito em “inglês simplificado”. Pergunta: vc já tentou acessá-los usando o Google Tradutor? É uma boa dica…
É um documento especial, mostra bem o quanto o compositor e a obra são interligados biograficamente. A obra como material subjetivo e como realização de ideias musicais retrata bem a inconstância e impotência que permeiam o desejo de felicidade, o espírito de luta e a angustia ante forças ameaçadoras.
Muitos elogios ao blog pela clareza na apresentação do assunto. Isso é construir o sentir e escuta musical mais ousada
Eu estava buscando mais informações sobre a obra 1812 de Tchaikovsky . Só encontrei em: http://www.culturateca.com.br/o-que-e-cultura/ uma interessante minutagem. Seria bem interessante vocês também abordá-la, já que em tal site ela foi bem posta, mas com objetivo nem tanto musical.