19abr 2017
A+ A-

Musique de table, ou o marketing de Telemann

Telemann, grande celebridade da música no séc. XVIII
Telemann, grande celebridade da música no séc. XVIII

Os livros geralmente apresentam Georg Philipp Telemann (1681-1767) como uma espécie de fábrica que produziu a maior quantidade de obras da história da música. E ficam apenas nisso, citando em seguida os assustadores números de seus trabalhos por gênero musical. Mas será que Telemann se restringe a uma mera curiosidade musical? De fato, ele foi um dos compositores mais prolíficos de todos os tempos, deixando um legado superior a 3.000 composições. Por outro lado, isso não pode ser visto como um indicador negativo – por normalmente ser associado ao conflito qualidade/quantidade. Definitivamente, não! Telemann, assim como o italiano Antonio Lucio Vivaldi (1678-1741), foi vítima do descaso e só começou a ser revelado – de forma muito subestimada – no início do século XX. Mais recentemente, pesquisadores sérios e intérpretes devidamente especializados em música barroca alemã passaram a mergulhar no universo de Telemann, extraindo tesouros da sua obra e atraindo reverência a esse artista inovador e empreendedor.

Telemann era, para surpresa de muitos, o compositor mais famoso de sua época e não paravam de chegar encomendas às suas mãos. É difícil se entender hoje que a música barroca era uma arte de “consumo” cotidiano e que as composições eram escritas para atender, sob medida, a clientes/contextos específicos. Tanto agradavam os resultados, que Telemann se tornava cada vez mais célebre, pois atendia em tempo hábil os seus clientes e sua arte transmitia sempre uma qualidade diferenciada.

Vivaldi, como Telemann, redescoberto somente a partir do séc. XX
Vivaldi, como Telemann, redescoberto somente a partir do séc. XX

Impressionante também era o talento do compositor como um profissional de visão de mercado: ao contrário de Johann Sebastian Bach (1685-1750), Telemann sempre buscava a publicação de suas obras e a formação de redes de contatos para distribuição (*). Sua música assim era mais facilmente difundida e conhecida em outros países. Ele também era um hábil articulador e líder: com sua influência, fundava conjuntos musicais e implantava atividades de ensino e prática musical por onde passava, sempre em contato com os maiores intérpretes europeus num valioso intercâmbio de conhecimentos, que se refletiam no aperfeiçoamento de sua própria obra. Telemann conversava tecnicamente sobre os mais diferentes instrumentos com profundidade e preocupação de valorizar individualmente cada membro da partitura.

Outro traço marcante de Telemann: sua música recebeu forte carga estrangeira. O mestre alemão ocupou cargos importantes como músico em diversas cidades de culturas distintas e teve a sábia iniciativa de captar os elementos que diferenciavam os estilos musicais de cada região. Evidentemente, a inteligência de Telemann para identificar e processar essas idéias fez a diferença, juntamente com sua ansiedade contínua em realizar experimentos musicais inéditos.

Bach, considerado o maior compositor vivo pelos poucos que o conheciam
Bach, considerado o maior compositor vivo pelos poucos que o conheciam

Telemann conseguia deslumbrar a todos demonstrando domínio ao compor no estilo italiano, no estilo francês e mais ainda: na fusão desses dois estilos, considerados pelos seus contemporâneos ilustres como duas coisas antagônicas! O compositor ainda trazia elementos do folclore polonês e do interior da Alemanha para sua música.

Em última análise – afirma Nikolaus Harnoncourt, musicólogo, violoncelista e regente alemão – o resultado do “conflito cultural” entre os estilos italiano e francês representou um enriquecimento: dele surgiu o que se chamou de les goûts réunis (os gostos reunidos), que haveria de se tornar a característica da música alemã do século XVIII: os grandes compositores alemães escreviam suítes francesas, sonatas italianas e concertos, integrando sempre elementos do gênero “inimigo”. As aberturas mais célebres de Telemann têm, além da fusão das mais diversas tradições, uma fusão de outra espécie: à disposição formal de uma abertura francesa funde-se o princípio concertante de um concerto italiano [áudio abaixo].

Abertura “Jubeloratorium für die Hamburger Admiralität” (seleção)
Akademie für Alte Musik (Harmonia Mundi)

Ouverture D-dur ‘Jubeloratorium fur die Hamburger Admiralitat’:

Harnoncourt posiciona Telemann ao lado de Georg Friedrich Händel (1685-1759) no topo da arte da melodia barroca e o mesmo Telemann ao lado de Bach como os compositores mais avançados na busca por meios de expressão sempre novos no Barroco (“realizaram os sonhos sonoros mais audaciosos”, afirma ele), chegando a atribuir-lhes a formulação da nova linguagem que levou a música ao Classicismo.

Händel, expoente da melodia barroca
Händel, expoente da melodia barroca

Voltando à característica visionária de Telemann, ele chegou a afirmar a um colega músico sobre a sua Musique de table: “das Werk wird hoffentlich mir einst zum Ruhm gedeien” (prevendo que essa obra um dia lhe daria grande fama) – e ele se empenhou conscientemente para isso! Essa atitude valiosa, de se pensar num futuro distante, infelizmente não era comum aos mestres mais antigos – padrão inerente ao sistema de valores daquela época. Primeira providência pró-ativa do compositor-empresário, ainda antes de publicar a obra: fomentar e incentivar, com uma bela propaganda, uma vasta rede de contatos que se multiplicavam a partir dos mais próximos. Assim, um ano antes da publicação, aos 52 anos de idade, Telemann anunciou num jornal de Hamburgo:

“Die Liebhaber der Music haben im künfftigen 1733. Jahre ein grosses Instrumental-Werk, Tafel-Music genannt, von der Telemannischen Feder zu gewarten, es besteht in 9. starcken Stücken mit 7. und aus so viel schwachen mit 1. 2. 3. bis 4. Instrumenten. Man praenumeriret bey jedem Quartale . . . Die Ausgaben geschehen . . . an Himmelfahrt, Michaelis und Weynachten. Die Namen der Praenumerirenden sollen dem Wercke beygedruckt werde.”

[No ano de 1733, amantes da música podem aguardar uma grande obra instrumental intitulada “Musique de table”, da pena de Telemann. Ela consiste de nove peças longas com sete instrumentos, bem como várias pequenas com um, dois, três ou quatro instrumentos. A assinatura pode ser paga trimestralmente, e a referida obra será lançada em três partes: no Dia da Ascensão, na Festa de São Miguel e no Natal. Os nomes dos assinantes serão impressos na capa.]

Grande iniciativa! A campanha de Telemann teve grande sucesso. A lista de assinantes tinha nada mais, nada menos do que quatro páginas! Eram 206 assinantes conterrâneos e estrangeiros! Estavam lá a alta sociedade, a burguesia, embaixadores, membros do clero, músicos e compositores – a relação mencionava um certo “Mr. Hendel, Docteur en musique, Londres” (sim, é o grande Händel!) e intérpretes famosos como Johann Georg Pisendel (1687-1755) e Johann Joachim Quantz (1697-1773) – este encomendou seis exemplares!

Capa da Musique de table
Capa da Musique de table

Na sua Musique de table Telemann priorizou duas idéias: primeiramente, ele projetou a música para o grande público (“para uso do homem comum” – como era diferente o homem comum…), valorizando formas claras e estruturas simples. Por outro lado, ele propagou o estilo dos “gostos reunidos”, já comentado acima. Entre os trabalhos instrumentais de Telemann, a Musique de table é, sem dúvida, a mais extensa publicação em “gostos reunidos”. Ao mesmo tempo, podemos dizer que também é (inspirado pelas tendências enciclopédicas do Iluminismo) um compêndio de música de câmara: sim, porque todas as formas de música de câmara vigentes naquela época estão nela presentes com notável variedade de instrumentos!

Nem todas as obras que formam a Musique de table foram compostas em 1733. O quarteto em Ré menor da segunda parte (ou “Produção”, como Telemann chamou cada seção) contém movimentos escritos entre 1712 e 1721 [áudio abaixo]. Como Kapellmeister, Telemann tinha que prover a orquestra com música para banquetes (a chamada Tafel-Music), aniversários e outras ocasiões festivas. A Musique de table em questão, entretanto, no dizer da professora Silke Leopold, da Universidade de Heidelberg, é “música utilitária no melhor sentido” – música que exige bastante de músicos e ouvintes. Nada tem em comum com as simples “sinfonias caldo de carne” que Telemann escrevia (e assim as chamava!) para o grupo municipal de Sorau, onde trabalhava na época.

Musique de table: Produção II
Quarteto para 2 flautas transversas, flauta doce (ou fagote ou violoncelo) e contínuo: IV. Allegro (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Quartet for 2 flutes, recorder (or bassoon or cello) & basso continuo, TWV43-d1:

Louis de Caullery: Cena de banquete no interior de um palácio (detalhe)
Louis de Caullery: Cena de banquete no interior de um palácio (detalhe)

O ouvinte de hoje em dia não pode cometer o erro de entender musique de table como mera música de fundo. A professora Silke Lepold assegura que a sofisticada música de banquete, como as peças da coleção de Telemann, era tocada nas pausas entre os diferentes pratos de um jantar ou mesmo depois da refeição – e os presentes ouviam com tanta atenção quanto num concerto dos dias atuais.

Todas as três partes (“Produções”) da Musique de table se baseiam no mesmo princípio formal: uma abertura em estilo francês é seguida por diversos movimentos de danças ou peças de caráter, que são encerrados por uma “Conclusão”, que une diferentes peças associadas pela tonalidade e estrutura às aberturas com suítes que abrem cada Produção. Entre a introdução e a conclusão de cada uma das três partes entram um quarteto, um concerto, um trio e uma sonata para solista [áudios abaixo]. Enquanto as peças longas têm a função de pilares demarcadores, as peças menores fazem um efetivo contraste.

Musique de table: Produção I
Quarteto para flauta, oboé, violino e contínuo: II. Vivace (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Quartet for flute, oboe, violin & continuo in G major (Tafelmusik Book 1 No. 2):

Musique de table: Produção I
Sonata para flauta transversa e contínuo: IV. Allegro (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Solo Sonata in B minor for flute and continuo, TWV 41-h4:

Musique de table: Produção II
Concerto para 3 violinos, cordas e contínuo: I. Allegro (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Concerto for 3 violins, strings & continuo in F major (Tafelmusik Book 2, No. 3), TWV 53-F1:

Musique de table: Produção III
Concerto para 2 trompas, cordas e contínuo: II. Allegro (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Concerto for 2 horns, strings & continuo in E flat major (Tafelmusik Book 3 No. 4), TWV 54-Es1:

 Musique de table: Produção III
Trio para 2 flautas transversas e contínuo: I. Andante (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Trio for 2 transverse flutes & continuo in D major (Tafelmusik, Book 3, No. 4), TWV 42-D5:

Telemann concebia suas obras seguindo a seguinte máxima: “Dê a cada instrumento o máximo que ele suporta. / Então o músico tocará com toda satisfação / e você terá o máximo prazer de ouvir”. A Musique de table demonstra de forma convincente esse princípio e o prazer do próprio Telemann pela variedade e pelo contraste: cada uma das aberturas com suítes é instrumentada de forma diferente [áudios abaixo] – e dentro de uma Produção a instrumentação variada ressalta a diferente estrutura dos movimentos individuais.

Musique de table: Produção I
Abertura para 2 flautas, cordas e contínuo: I. Lentement-Vite-Lentement (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Overture for 2 flutes, strings & continuo in E minor (Tafelmusik Book 1 No. 1), TWV 55-e1:

Musique de table: Produção II
Abertura para oboé, trompete, cordas e contínuo: Aria III. Presto (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Overture for oboe, trumpet, strings & continuo in D major (Tafelmusik Book 2 No. 1), TWV 55-D1:

Musique de table: Produção III
Abertura para 2 oboés, cordas e contínuo: VII. Menuet (seleção)
Direção: Nikolaus Harnoncourt (Teldec/Warner)

Overture for 2 oboes, strings & continuo in B flat major (Tafelmusik, Book 3, No. 1), TWV 55-B1:

Autobiografia de Telemann
Autobiografia de Telemann

Cada uma das três Produções oferece um modelo de programa de concerto, contendo toda a variedade esperada na época de Telemann. O compositor escreveu em sua autobiografia: “as pessoas me falavam que eu mostrei o meu melhor nesse trabalho”. A Musique de table representa um compêndio único para os gêneros e diferentes formas de expressão da música de câmara que foi característica da primeira metade do século XVIII, consolidando a reputação do grande Telemann como um dos maiores mestres que a Alemanha produziu.

Ver a lista completa das três Produções da Musique de table.

_____________________________
(*) Para mais detalhes sobre a fascinante atividade editorial e mercadológica de Telemann, consultar a tese do professor Steven Zohn da Universidade de Temple, divulgada no Journal of the American Musicological Society (vol. 58, nº 2, 2005). voltar

Este post tem 14 comentários.

14 respostas para “Musique de table, ou o marketing de Telemann”

  1. Excelente blog! Já venho o acompanhando há tempos e estava devendo este feedback, afinal, aqui na terra das palmeiras onde canta o sabiá é raro tal cabedal de boa música.

    De Fortaleza, Ceará.

  2. Olá Fred,

    Obrigado por oferecer tantas informações sobre um compositor obscurecido pela posteridade.

    Estava vendo o livro editado pelo John Burrows, lançado no Brasil com o título “Guia ilustrado Zahar: Música Clássica”.
    Há uma aparente pequena divergência. Lá é dito que musique de table foi publicada em quatro antologias, aqui você a dividiu em três produções.

    Será um deslize no original ou na tradução?

    Abraços.

  3. Oi, Tiago!

    Eu que agradeço sua visita e interesse! Obrigado!
    Realmente a intenção foi divulgar mais a obra e o talento de Telemann.
    Ele merece bem mais atenção do que tem recebido. Grande gênio!
    Espero que as próximas gerações o resgatem com mais intensidade.

    Quanto à sua questão, também tenho esse livro do Burrows e conhecia o trecho. Como nem tudo é perfeito, há um erro nessa informação que você trouxe do livro. O próprio Burrows cita erradamente que a obra tem 68 movimentos (são 69, na verdade, para as três Partes – contados a dedo). O tempo de duração total do conjunto que o autor do livro cita também equivale/corresponde estritamente aos quatro CDs do álbum de Harnoncourt, com as três Partes – o que comprova o erro dele. Mas não fui eu que dividi a Musique em três Produções; foi o próprio Telemann, meu caro! :) No post, coloquei foto da capa da primeira edição (original) da Musique, em francês. Como você pode ver, está escrito: “Trois Productions” (Três Produções) na quarta linha. As fontes que usei e citei (N. Harnoncourt, S. Leopold, S. Zohn) são seguras. Como se pode conferir, o próprio compositor informou na sua nota de jornal que transcrevi no post: “[…] A assinatura pode ser paga trimestralmente, e a referida obra será lançada em três partes: no Dia da Ascensão, na Festa de São Miguel e no Natal […].” Note que a obra foi lançada em três datas comemorativas: uma parte de cada vez. Obrigado por trazer a dúvida e esclarecermos juntos.

    Abraços sempre mozartianos, com a licença de Telemann! ;)

  4. Parabéns pelo blogue. Acho-o fantástico e cheio de conhecimento. É uma autêntica biblioteca da Música com artigos bem discursados e informativos. Mais uma vez, parabéns.

  5. Caríssimo Fred, ótimo encontrar seu artigo sobre Telemann, um dos grandes compositores ainda injustiçados. Hoje é difícil achar muitas referências ou biografias sobre o compositor. Estamos aprendendo a gostar de Telemann, ajudado graças à onda de redescobertas da música barroca. Aconteceu com Vivaldi, como também muita coisa de Rameau e Handel que foi desenterrada. No entanto, como você mesmo disse Telemann ainda sofre de preconceito. Lembro de ler muito sobre Telemann nas biografias de Bach de maneira quase desrespeitosa, chamando-o de compositor de “quantidade”. Para os biógrafos de Bach era um absurdo que Telemann fosse mais famoso e popular. Ou seja, não bastasse à desinformação, Telemann ainda é visto com antipatia.
    Meu entusiasmo aumentou muito ouvindo sua música vocal. Tão belas e originais, numa linguagem diferente de Bach e Handel. Ainda não ouso colocar Telemann ao lados desses dois, mas asseguro que minha impressão está levando a isso. Uma qualidade bem impressionante é a destreza em escrever música das mais diversas formas, com se todas as linguagens possíveis existentes naquela época fossem de seu domínio. Só mesmo Handel se equiparou a ele nesse quesito. Além disso, percebo sua procura incessante em combinações inusitadas e timbrísticas, um mestre na escrita instrumental. Recomendo algumas obras vocais que estão constantemente no meu toca discos:

    – A ópera Damon, sempre revelando algo novo em cada audição (http://www.amazon.com/Georg-Philipp-Telemann-Damon/dp/B000001S1U/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1305113729&sr=1-1).

    – Uma das melhores obras de Telemann e do barroco também, “Don Quichotte auf der Hochzeit des Comacho” (http://www.amazon.com/Telemann-Don-Quichotte-Hochzeit-Comacho/dp/B000001RWO/ref=sr_1_2?s=music&ie=UTF8&qid=1305113759&sr=1-2).

    – Um disco com cantatas para baixo que ouço quase todo mês é esse aqui http://www.amazon.com/Telemann-Bass-Cantatas-Georg-Philipp/dp/B000MX7TD6/ref=sr_1_2?s=music&ie=UTF8&qid=1305113037&sr=1-2.

    – Christmas Cantatas que, sem medo de dizer, estão no nível de algumas cantatas de Bach http://www.amazon.com/Telemann-Christmas-Cantatas-Georg-Philipp/dp/B000001RR5/ref=sr_1_1?s=music&ie=UTF8&qid=1305113335&sr=1-1

    – A divertida ópera intermezzo Pimpinone, com árias inesquecíveis (http://www.amazon.com/Telemann-Pimpinone-Georg-Philipp/dp/B00000AG5N/ref=sr_1_1?ie=UTF8&s=music&qid=1305113826&sr=1-1).

    Uma das grandes inverdades sobre Telemann é chamá-lo de compositor competente mas sem talento para criar grandes melodias. Esses discos acima desmentem essa afirmação.

  6. Carlos,

    Bom serviço indicar essas obras do Telemann e essas gravações. Acrescentaria a agradável surpresa que tive ao conhecer os seus quartetos para flauta e cordas – uma forma um tanto clássica da música de câmara, não é mesmo? Sinal de que, além de tudo, o homem acompanhou os tempos.

    Abraços.

  7. Carlos, como sempre, trazendo valiosas contribuições aos tópicos! Obrigado pelas recomendações. Quero mergulhar decentemente na obra vocal de Telemann – mas ainda estou alucinado por sua obra instrumental, com incontáveis descobertas! Telemann não me deixou sair dessa categoria ainda! Hahaha! Logo seguirei suas preciosas dicas! :)
    Poucos sabem que Telemann também criou em 1728 (Hamburgo) o primeiro jornal dedicado à música da história: “Der getreue Music-Meister”, ou seja, suas contribuições à música ultrapassaram os limites das (muitas) partituras!
    Abraços!

  8. Aproveito para recomendar o CD “Telemann: Bläserkonzerte” com o excelente Musica Antiqua Köln dirigido por Reinhard Goebel (DG/Archiv). Os instrumentistas são verdadeiros atletas olímpicos! Que música difícil!!! A beleza da escrita tem identidade própria! Para se ter uma idéia, o concerto para flauta doce, flauta transversa, cordas e contínuo em Mi menor desse álbum traz um Presto quase inexeqüível (dificuldade violenta!) em estilo turco/oriental… Algo que deve ter abalado a platéia na época! Aqui está a sua capa:
    http://ecx.images-amazon.com/images/I/5157816K1BL._SL500_AA300_.jpg

  9. Caro Carlos, baixei todos os arquivos e gostei muito do que ouvi! Não conhecia nenhum dos exemplos! De fato, é uma música essencialmente nova, com vida e beleza próprias. Concluo que Telemann é um mundo a ser explorado por muito tempo daqui para frente…
    Abraços e obrigado pelo incentivo!

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado.