19abr 2017
A+ A-
, ,

Imperdível: hangout com Adriano Brandão, Leonardo T. Oliveira e Tiago de Lima Castro (dia 19/03 às 22h)

Atualização: e eis a gravação abaixo!

[kad_youtube url=”https://www.youtube.com/watch?v=0_dQ4YiEVfg” maxwidth=”600″]

Hangouts-Logo

Definições do que seja essa “música clássica” da qual falamos por aqui, como ouvi-la e o que ela tem a dizer para o nosso tempo sempre dão muito, muito pano pra manga.

Pois eis que para o dia 19 de março, na próxima quinta-feira, às 22h, convidamos A HUMANIDADE para acompanhar um hangout virtual com a participação de Adriano Brandão (da genial Ilha Quadrada), Leonardo T. Oliveira (eu!) e Tiago de Lima Castro sobre as polêmicas em torno da pergunta: O QUE É MÚSICA CLÁSSICA?

O debate promete ir bem além do que se ouve comumente por aí, por isso não percam!

O link para a transmissão ao vivo será divulgado poucas horas antes por aqui mesmo, pelo twitter e pelo Facebook: bastará clicar e acompanhar!

É muito importante contar com a participação e a divulgação de vocês, por isso, por favor, ajudem a espalhar a palavra!

Até lá!


Este post tem 8 comentários.

8 respostas para “Imperdível: hangout com Adriano Brandão, Leonardo T. Oliveira e Tiago de Lima Castro (dia 19/03 às 22h)”

  1. Lastimável que esse nível de discussão tenha um nicho tão pequeno. Por isso brinquei, nos comentários, com o “sempre os mesmos”. Um bom tempo atrás tinha um grupo no Allegro que discutia essas coisas…e agora o mesmo grupo, reduzido e persistente, remexe em coisas alheias a quase todos os ouvintes. Renascimento para o público “educado” ou “middlebrow” significa Robert Johnson. Por isso “nossa cultura…ou o que restou dela” tem provocado o fim de pequenas ou médias orquestras nos Estados Unidos e na Europa. E mesmo num ambiente intelectualizado a música clássica não tem importância. Mas, ainda sim, hoje, o público interessado em música clássica é bem maior e mais exigente. Lembro de Proust quando descrevia o gosto vulgar da aristrocracia; a empáfia diante de um Debussy, por exemplo.
    Engraçado. Vivemos uma época invertida. No passado, grandes compositores e um público medíocre; hoje, um público especializado e compositores…bem, que não fazem diferença. Como foi dito no debate, nenhum compositor supera a tradição clássica no campo tonal. Nesse grande livro de receitas, Haydn iniciou o processo e Mahler finalizou. No campo atonal, Schoenberg abriu e o público fugiu. Stravinsky e Bartok, devido a genialidade sobre-humana dos dois, inventaram seus próprios livros. Porém, não deixaram continuadores, mas imitadores.
    Continuo…

  2. Sobre a questão: o que é música clássica? Não recordo a fonte, mas a melhor descrição foi a de negar a existência de qualquer distinção. O funk descende (mesmo num parentesco muito distante) de Bach e Mozart,… todo e qualquer estilo musical faz parte de uma mesma árvore. As raízes dessa árvore (cantochão, música oriental, folclórica) alimentaram um tronco vigoroso e permanente (Monteverdi, Bach, Haydn,…) e os ramos e gravetos, essa infinidade de gêneros populares. É uma visão estreita e forçada, mas não conheço outra melhor. Além disso, minha audição não filtra estilos.

  3. Grande Bosco,

    Oscar Wilde tem uma frase famosa sobre arte e público, publicada em A Few Maxims for the Instruction of the Over-Educated, de 1894:

    “Antigamente livros eram escritos por homens das letras e lidos pelo público. Hoje em dia livros são escritos pelo público e lidos por ninguém.”

    [“In old days books were written by men of letters and read by the public. Nowadays books are written by the public and read by nobody.”]

    Sobre a definição de música clássica, para mim está tão fácil quanto tentador expor em posts o que eu comecei a dizer no vídeo e que aos poucos conseguimos complementar: é possível responder a essa pergunta negativamente, OU afirmativamente de três maneiras. Acho que será importante registrar isso em algum lugar, por isso espero apenas ter tempo para deixar isso exposto aqui.

  4. Ouvi os quase cem minutos do debate, que me pareceu engenhoso, sob a “moderação” de Tiago, entre o “classicista” Leonardo e o Adriano, que funcionou quase como um advogado do diabo.
    Em quase toda a entrevista, associei o discurso com nosso cenário brasileiro. Penso que na Alemanha ouvem e fazem mais música do que discutem a adequação do rótulo “clássico”. Por desambiguação, usávamos no Brasil o “erudito”, que caiu em desgraça por denotar superioridade.
    Nosso regime populista aproxima-se , neste sentido, do stalinismo, que condenava as “elites”, a arte “burguesa e formalista”, tudo o que fosse indigesto às massas. De certa forma, vivemos à mercê de patrulhas políticas, uma quase polícia secreta que vigia nosso vocabulário.
    A música clássica está desprestigiada, ou até massacrada como um elemento antissocial. Então, nós, seus derradeiros cultores, procuramos, no desespero, um apelido mais popular, como se assim a música culta fosse melhor apreciada. Imaginei Beethoven entrevistado sobre a classificação de sua arte, não segundo o critério dele, mas segundo o critério do povo que não o compreendia. Por certo, no terceiro minuto, o entrevistador seria mandado a pastar pelo Mestre de Bonn, o qual, sob qualquer semântica, continuaria pouco compreendido.
    Insisto no assolador populismo , que também rejeita a filosofia , as artes e letras clássicas, nos culpa de algum conhecimento arrogante e inútil ante seus dogmas, e nos convida a termos vergonha de qualquer intelectualidade. Aliás, “intelectual” é pejorativo. Então a gente busca eufemismos ou deve dizer sempre que isto é a mesma coisa que aquilo, tudo farinha do mesmo saco.
    Porém, em algum instante, o suco de uva vira vinho, o que se opera em um mágico momento de fermentação (natural ou sofisticada), que eventualmente é objeto de técnicas requintadas e progressivas. Alguns babacas podem usar o vinho como esnobismo, mas ele sempre será vinho, bom ou ruim, e o suco será suco.
    Em debates sobre nomenclaturas , sempre se invocam as zonas limítrofes, mas as fronteiras ambíguas não desqualificam a clara existência de diferentes territórios.
    Assim, a mim parece menos relevante a existência de operetas, Ketelbey, Waldteufel, trilhas de Korngold e Shostakovitch, ou quiçá algumas cantatas pop de Bach….Porque exceções confirmam regras. Do contrário, estaríamos em perenes querelas bizantinas, nos mais diversos campos.
    Ensinaram-nos a pisar em ovos com rabo entre as pernas, num sistema de eurofobia que vê pedantismo em toda cultura que não desemboca em futebol ou samba.
    Sobre as diferenças de gênero ,ou de “nível”, podemos comparar Villa-Lobos com Roberto Carlos. Ninguém como Villa sorveu tanto do folclore,porém o revestiu de instrução. Já Roberto canta para ouvidos não instruídos, sem que sequer ele, o Rei, conheça teoria musical. Distinguir o clássico não é tão complicado. E o fato de podermos curtir sem estudo não condena a educação.
    Depois: “Não precisamos ter soluções exclusivas e definitivas”

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *