Em 12 de junho de 2012, por Greg Sandow
É um tempo selvagem para a música clássica.
Este é o título da minha home page. E é a frase de abertura da versão final e revisada do meu livro.
Por que é um tempo selvagem?
Primeiro por causa da crise da música clássica – a queda da venda de ingressos, uma escassez de financiamento, um público cada vez mais velho e menor, todas essas coisas das quais falamos há tantos anos.
E, claro, por trás disso tudo, há um sentimento que todos temos tido de que a música clássica – ao menos na última geração – tem crescido mais distante do resto de nossa cultura.
Mas eis outra razão por que este é um tempo selvagem. Algumas pessoas (como certamente temos visto pelos comentários neste blog) não acreditam que a música clássica tenha problemas. Elas não acreditam que a crise seja real.
Eu já disse antes o quanto isso é estranho, primeiro porque a realidade da crise pode ser provada. (O público, para dar um exemplo, realmente envelheceu, e de fato o fez muito dramaticamente.) Mas ainda mais porque, bem, por que não sabemos disso? Por que não sabemos como a música clássica está, visto que pessoas de outros ramos assolados pela crise (jornais, obviamente) sabem precisamente o que está se passando?
Mas eis aqui a terceira coisa selvagem – uma mudança está se espalhando pela música clássica. E ela vem em dois sabores. Algumas mudanças (especialmente aquelas feitas por grandes instituições) são tentativas deliberadas de responder à crise, de tornar a música clássica mais acessível, ou de atrair um público jovem. Essas (pelo menos ao meu ver) podem ser pouco convincentes. Elas são complacentes, feitas por pessoas que pensam que a mudança é necessária, mas que talvez não a queiram de verdade.
Outras mudanças, no entanto, são feitas por pessoas que – frequentemente com grande entusiasmo – realmente querem que a música clássica seja diferente, que seja mais como o resto da cultura. Algumas dessas mudanças funcionarão, outras não, mas aqui (de novo, ao meu ver) é onde vemos o que será o futuro.
Afinal, essas mudanças atingem o coração do porquê da música clássica ter problemas – seu fracasso cultural, a maneira como continuamos fazendo coisas que simplesmente não funcionam em nossa cultura mais ampla, e de fato nos fazem parecer não apenas antiquados, mas tolos e bobos. Coisas que tornam difícil (senão impossível) encontrarmos um novo público.
O que sugere que precisamos realizar mudanças realmente grandes. E o tempo para isto é agora!
O meu papel nisto:
– Eu posso ajudá-lo a entender o que está se passando, e o que você deveria fazer.
– Eu posso ajudá-lo a mudar, se você me contratar como consultor.
Mais sobre isso tudo em breve!
“A wild time”, por Greg Sandow, traduzido por Leonardo T. Oliveira.